quarta-feira, janeiro 20, 2010

Tchekhov - o homem num estojo - "caixão"

O homem no estojo, pág. 283, foi o conto que mais me impressionou ao ler a seleta de contos, ao todo dezoito, traduzidos por Tatiana Belinky para a L&PM.
Além deste sómente o conto "O sapateiro e a força maligna" constam nos dois livros. Deduzo que seria quase impossível um livro em Português  com o título "Contos Completos de Tchekhov",  ( uma tradução não de todo completa para o Inglês consumiu 13 volumes ) e ficaremos sem ler várias histórias em Português,
Quem primeiro chamou minha atenção para Tchekhov foi Harold Bloom em "Como e Porque Ler" isbn 8537023473.  Bloom escolhe três contos de Tchekhov - O Beijo, O Estudante e A Dama do Cachorrinho. O leitor morreria de tédio caso ficássemos entretidos em comentar as diferenças dos tradutores - Tatiana Belinky e Boris Schnaiderman, gosto de ambos embora às vezes prefiro Tatiana por ser mais direta ao passo que Boris cita as datas de publicação dos contos, seguindo o modelo Inglês e inclui comentários interessantes.
O Homem no Estojo mostra duas situações equivalentes : Um homem preso ao seu destino, com regras inflexíveis, fechado em si mesmo, incapaz de uma brincadeira, de rir de si mesmo, enfim, um homem trancafiado em seu "estojo" de vida é o mesmo que um homem dentro de um caixão.
A descrição sufocante do professor de Grego, Biélikov,  mostra nos um homem já desidratado dos prazeres da vida e por extensão a prisão em que vivemos.
Biélikov procurava esconder num estojo também seus pensamentos. A única coisa clara para ele eram as circulares e os artigos de jornal em que se proibia algo. Se uma circular proibia aos alunos sair à rua depois das nove da noite, ou se um artigo proibia o amor carnal, isto lhe parecia claro, definido: estava proibido e pronto. Ao contrário, licença, autorização, ocultavam sempre para ele um elemento duvidoso, algo confuso e que não fôra devidamente detalhado. "
Biélikov morre de tristeza, sem conhecer o amor de uma mulher.
 O conto está na terceira pessoa, um outro professor que descreve para um médico - quem sabe o próprio autor - durante uma noite em uma caçada.
Não é sómente Biélikov que está preso, todos estamos dentro de um estojo pois após o enterro o professor observa.

Não passara ainda uma semana, e a vida (para nós) correu como antes, a mesma vida severa, cansativa, sem sentido, que não fora  proibida, mas também não estava totalmente liberada; as coisas não se tornaram melhores. Biélikov foi enterrado, mas quantos homens ainda estão dentro de um estojo, quantos ainda estão nesta situação.
 E o médico desabafa como se fosse um recado direto do autor para nós leitores.

O fato de morarmos na cidade, sem espaço, no meio da poluição, escrevermos artigos desnecessários, desperdiçarmos o tempo no jogo, não será tudo isto, esta vida, também um estojo ?
....
Ver e ouvir tanta mentira, depois ser chamado de tolo porque suporta e aceita essas mentiras; tolerar ofensas, humilhações, não ousar declarar com sinceridade que você está do lado das pessoas honestas e livres, você mesmo tornar-se um mentiroso, sorrir e fingir que tudo aceita, e tudo isto por um pedaço de pão, por causa de um cantinho para dormir, por causa de um cargo qualquer, por um salário qualquer, não, não se pode mais viver assim !
(adaptação da tradução )
Vivos estamos enclausurados em um estojo, mortos estaremos no caixão.
São leituras como estas que tornam a vida mais suportável, que nos transporta para fora do estojo, lembra-nos que somos borboleta capaz de abandonar o casulo da existência e fugirmos na imaginação.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Tchekhov - Contos - Ventoinha


Este conto, pg. 224, é o mais extenso, próximo de uma novela e foi utilizado como roteiro para um filme. Traça a vida de três personagens tendo como eixo as reflexões e a vida de Olga, casada com um médico padrão e tendo um artista por amante.
Novamente vemos o autor fazendo uma defesa da profissão, agora em oposição aos artistas e não aos proprietários rurais como em Inimigos. Várias profissões quase que desapareceram nos últimos cem anos ( como os sapateiros , a profissão mais citada por Tchekhov ), outras modificaram tanto que não conseguimos conceber como seria a profissão médica antes da penicilina e dos analgésicos. Pedro Nava em Baú de Ossos relata os horrores da prática médica com as injeções de mercúrio e sangrias inúteis. Uma coisa permanece, um médico é sempre um estudioso e poucos , Pedro Nava e Tchekov são honrosas excessões, conseguem tempo para se dedicar às artes, em particular à música ou pintura. Dimov, o médico e marido se justifica:
-Eu não compreendo as artes. Passei a vida ocupando-me de Ciências e Medicina, e não tive tempo de me interessar pelas artes"

E a vulgar esposa o repreende com o argumento:
- Você não censura seus amigos por desconhecerem a Medicina. Eu não compreendo as artes, porém inteligentes artistas as produziram e uma platéia paga para admirá-las, logo são necessárias".
Do mesmo modo que podemos escutar jazz apreciando um único instrumento de cada vez, este conto pode ser lido concentrando-se somente neste médico dedicado, que contrai uma doença enquanto faz uma pesquisa, incompreendido e traído por uma mulher vulgar.
Porém mais interessante é a figura do amante, Riabóvski, professor de pintura de Olga, um tipo de homem tão abundante que chegamos a imaginar que seu oposto, o dedicado médico e cientista é uma raridade entre os homens.
Um professor com pretensão a artista, cuja exposição nunca acontece. Depois de um passeio de barco pelo Volga em uma noite de verão, lança aos pés de Olga com juras de amor eterno, sincero e profundo. Conquista-a com as promessas usuais dos lobos vestidos de grossos casacos de lã macia.
Tchekhov anota o tempo exato de três meses, entre Julho e Setembro, da transformação daquele ardoroso conquistador no grande Ego ( latra, ista, centrico - O Egon de Pedro Nava). Um dominador, que usa como laço a paixão da própria presa.
Tchekhov descreve várias traições femininas, a Dama do Cachorrinho é exemplar, porém não lemos esta traição como uma libertação da mulher sofredora, nem como a ironia que um marido traído pode despertar no leitor vulgar, comum aos autores da época - Machado e Flaubert. São as circunstâncias e as opções de uma vida insonsa que as levam à traição. Conseguem alguns momentos felizes porém o final é desastroso. Olga sente-se culpada por abandonar aquele bom marido por um canalha como o professor de pintura, porém o remorso não elimina a vontade de repetir a noite de amor com o amante. Só se convence de que ele não a quer quando assiste um flagrante dele com uma nova amante.
Olga desconfia das juras de eterno amor, porém imagina que o amante pode vir a ser conquistado através da sua dedicação. A paixão cega o juízo e atiça a imaginação. Não é aquele adulador vulgar que ela enxerga, antes vislumbra uma vida sempre maravilhosa como aquela noite no barco. O fracasso do relacionamento não está no defeitos objeto da paixão, porém por achar que não ama o suficiente para reconquistá-lo. Esquece que a este tipo de homem interessa-lhe o prazer do domínio, as doces palavras de amor agora têm outro destino, uma nova amante bate à porta e se esconde por trás de um quadro, uma "nature mort".
Duvido que alguma mulher vivida não tenha conhecido tipos como este, às ingênuas pediria um pouco de calma, eles logo aparecerão.
O leitor atento, destes de contos policiais, percebe de pronto que Olga ficará sózinha, sem amante e viúva, como uma cigarra que o quanto mais alto canta e voa com mais força sucumbe. O arrependimento vem com uma promessa inútil ao perceber que estava viúva.

"Queria explicar-lhe que aquilo fôra um engano, que nem tudo estava perdido, que a vida poderia ainda ser bela e feliz com você, você era um homem raro, extraordinário, grande, e que durante toda a vida, irei venerá-lo, rezar e sentir um medo sagrado...."


O título : "a ventoinha" - o tradutor comenta que foi difícil o autor dar um título para este conto. Não sei como é em russo, porém prefiro o da tradução inglêsa, que usa um título em francê La Cigale. . Parece me mais adequado para a descrição desta mulher que após um amor de verão sofre um longo e solitário inverno.




sexta-feira, janeiro 08, 2010

Tchekhov - Contos - Ilegalidade


Tchekhov consegue "resumir" Crime e Castigo de Dostoivesky, publicado um ano antes em 1866, em um conto de três páginas - Ilegalidade pg. 203
Um burocrata, descrito como um "assessor-colegial" , um exigente cumpridor dos deveres e responsável pai de família, é extorquido por uma ex-empregada em função de um suposto filho gerado fora do casamento e encontra um bebe à porta de sua casa de campo. Os pensamentos brotam em turbilhões: como esconder esta criança, como aliviar a culpa daquele desvio? Sai com o bebe embrulhado, imaginando abandoná-lo na casa de um comerciante.
Pergunta-se : O que será desta criança? Como adulto será um simples sapateiro ou um oficial respeitável?
Após abandoná-lo retorna e vê as formigas caminhando sobre o bebê. Arrependido pelo ato e tomado pela vergonha, encontra forças para assumir a criança, enfrentar a mulher e a sociedade, afirmando
" - O que tem que ser será! Não importa! Vou criá-lo. "
Enfrenta a esposa enfurecida que se enternece pela criança mais do que o pai. Foge do lar e encontra um caseiro desesperado à procura de um bebe deixando pela amante às portas de sua casa.

Diferente dos demais contos este tem um final feliz, uma moral e um hino à vida. O que pesa é a culpa, o julgamento íntimo, o crime não como ele é visto pelo olhar alheio e julgado por um tribunal, mas aquele que brota da consciência, no silêncio da solidão, da impossibilidade de confissão. Melhor seria cumprir uma pena fruto do julgamento alheio do que sofrer a condenação de si próprio.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

afinal quem somos Dawkins

O que todo cientista deve saber..., e se você só é curioso porque não dar uma olhada naquilo que eles:
  1. what scientists study
  2. who scientis are
  3. what scientist think
  4. what scientist delight in
foi este o presente que a Heloise ganhou neste Natal.
"The Oxford book of Modern Science Writing - isbn 9780199216802"

Após ler o artigo do Freeman Dyson pg. 157, descrevendo Hans Beth como um seu orientador, um homem simples e sábio ao mesmo tempo, escrevi um comentário na livraria cultura.
( Tive um diálogo mudo com Dyson há muitos anos atrás. Minha tese de doutorado foi continuação de um trabalho dele sobre spin waves - e aqui uma pequena lágrima para Oscar Sala que faleceu ontem e quem me empurrou para a fazer, ou imaginar ser isto possível, ciência quando proferiu esta frase, tal como um padre na missa "O cientista é o amante da verdade" )
O que me instigou e afuguentou a preguiça de sentar e escrever este trecho foi um texto curto do Dobzhansky, pg. 22.
Começa com uma citação de Gandhi
"Minha idéia de sociedade é que embora tenhamos nascidos iguais, implicando que todos têm o direito à oportunidades iguais, nem todos têm a mesma capacidade"
e o Dobzanski complementa com a frase que antecipa a revolução francesa que está na Constituição Americana "
Asseguramos por princípio que todos os homens são nascidos iguais"
- acrescento
"e têm o direito à busca da felicidade" .
Porém o que me perturba e tira o sono, é a frase do Dobzanski " Meus genes de fato determinaram quem eu sou, mas somente no sentido em que, dado o conjunto do ambiente e das experiências que são minhas, um conjunto de um "carrier -
5. Genetics An individual that carries one gene for a particular recessive trait. A carrier does not express the trait but, when mated with another carrier, can produce offspring that do."
ou seja, pelo que entendi, um pacote de outros genes recessivos, pode fazer com que eu me torne uma coisa diferente de mim mesmo, ou "unlike myself"

Esta é a dificuldade do leigo quando entra nestes assuntos de genética e Darwin. Você pensa que entende tudo, porém um termo específico, no caso este "carrier" pode ter uma interpretação muito diversa do que você imagina. Em resumo quem sou eu, este pacote ambulante de genes, formado com a combinação de 4 moléculas bem simples. Se alguém conseguir me explicar melhor esta frase do Dobzanski, lançar uma luz nesta ingorante obscura solidão, serei um leitor agradecido.


terça-feira, janeiro 05, 2010

Tchekhov - Contos - Inimigos

Somente um médico, como o autor, poderia ter escrito este conto. Um detalhe, cita o capítulo 13 do código de ética médica, denúncia um sentimento que sómente um médico em conflito pode avaliar. É possível um autor exprimir seu próprio julgamento sobre um conjunto de pessoas e ao mesmo tempo denunciar como o profissional médico é visto pela sociedade ...
Neste conto Tchekhov se desnuda. O médico é um profissional sacrificado, incapaz de evitar a morte de um filho doente, único e derradeiro, enquanto é obrigado a atender uma paciente mulher de um nobre rural e deixa a própria esposa angustiada velando pelo filho. Ao final o médico percebe ter caído em uma farsa de marido traído e forma uma firme convicção sobre aquela classe que cheira a perfume e não suor, odeia e despreza-os.
Além de uma análise sociológica, está a reflexão do artista:
"... naquele horror havia algo de atraente, comovedor, aquela beleza sutil, apenas perceptível, da aflição humana, que ainda se tardará a compreender e descrever, e que sómente a música, ao que parece, sabe transmitir"
O texto, a palavra, são incapazes de descrever e comunicar esta aflição humana, que talvez só a música seja capaz.
E a angústia da morte, presente em quase todos os contos, nos lembra
" Nunca se ama tanto os que nos são próximos como na ocasião em que estão em perigo de vida"

domingo, janeiro 03, 2010

Tchekhov - Contos


Tchekov - contos : isbn 85-7326-144-7 Trad. Boris Schnaiderman.
Como ler os contos de Tchekov - ....
No original russo nos é impossível, o que é de se lamentar mas fazer o que, a vida é breve. Porém Boris Schaiderman, que é russo de nascimento e professor de literatura russa na USP fez um excelente trabalho de tradução.
Pode-se ler os contos em conta gotas, um a cada dia, é o meu método. Deste modo consigo saborear Tchekov aos poucos extendo ao máximo o prazer.
Todos os contos falam profundamente da vida, da morte, da angústia e do prazer em viver.
O acontecimento - pg. 148
Este conto pode ser lido em qualquer escola, será apreciado pelas crianças. O conto é simples, mostra a alegria de um grupo de dois irmãos que assistem ao nascimento de três gatinhos. Pedem ao pai a proteção dos animais, e não encontram pai algum. Como os gatinhos não tinham pai, as crianças a princípio adotam um inofensivo cavalinho de pau. Porém com a chegada de um cachorro, este passa a ser o novo pai. Em um descuido dos adultos as crianças levam o "pai" para conhecer a ninhada. O desastre está feito, o "pai" devora os recém nascidos para o espanto das crianças e o gozo dos adultos. Todos estão sem pai e quando ele aparece devora sua "criatura".
Este conto publicado em 1886 é um tratado de psicologia a respeito do relacionamento pais e filhos.
Fiquei contente em poder compartilhar um conto que despertou tanta atenção de Otto Maria Carpeaux, que o incluiu com um comentário ao Vol. VI da Antologia do conto russo. Porém a Carpeaux passou despercebido esta relação entre a ausência do pai e a morte dos filhotes. Somente a literatura permite esta variedade de imaginação e interpretação. O texto é "traduzido" pelo leitor, e neste caso Carpeaux e eu traduzimos um texto de modo diferente. Ele assombrado pelo olhar da criança, eu com ausência do pai.


Todorov : A literatura em Perigo

A literatura em Perigo - Tzvetan Todorov . isbn 978-85-7432-089-2
O melhor presente deste Natal recebi de Heloise, com uma delicada dedicatória.
A julgar que este livro tenha sido traduzido para o Português, antes do Inglês (não o encontrei na Amazon), pode ser um indicativo que dedicamos mais atenção à Teoria Literária do que os americanos. Acredito que o interesse de Todorov por aqui reside mais na moda "bakhtin" do que no pensamento do autor. Buscando ares respiráveis, Todorov atravessa a cortina de ferro e saiu da Bulgária em 1963 para encontrar na Sobornne Gérard Genette e Roland Barthes. Instigado por Genette traduz para o francês em 1965 os textos dos formalistas russos, daí ser mais conhecido por este trabalho de tradução do que da própria obra.
Todorov alerta que a literatura está em perigo não é por falta de Teoria Literária ou de estudos estruturalistas (sua especialidade), antes o contrário. É a ênfase exagerada que os professores dão às ferramentas de estudo do texto, o excesso de saber sem sabor, que está esterilizando a literatura. Embora isto possa ser um problema francês, longe está de ser um problema brasileiro, afinal nosso problema do ensino da literatura não é por excesso de teoria, antes o contrário.

Recomendo esta leitura, rápida não é uma "estruturas narrativas" para quem deseja ouvir o pensamento de um estruturalista criticando o exagero do estruturalismo e ter um pequeno vislumbre sobre como se forma um intelectual sério.
Dei nota 5/5 no site da cultura, e fiz um curto comentário que transcrevo.

Opinião do Leitor:

Antonio Brito / Data: 27/12/2009
Conceito do leitor: Conceito do LeitorConceito do LeitorConceito do LeitorConceito do LeitorConceito do Leitor | (opine)

Por que amo a literatura - porque ela me ajuda a viver
Para Todorov, que fez da literatura um modo de vida, são os teóricos da literatura, na França, que formam os professores de língua, que invertem a função do texto: não mais servem como fonte de educação e prazer,e daí o perigo que corre a literatura, porém um instrumento para explicar as teorias literárias. Se este é o problema da França, com professores exigentes que perdem um precioso tempo discutindo como o estruturalismo pode ser explicado através do texto, longe está de ser um problema brasileiro, onde talvez o que mais falta faz ao professor é o próprio conhecimento da teoria literária. O tradutor incluiu notas que esclarecem o contexto referido pelo autor. Sugiro que se leia a ''apresentação'' do tradutor por último, afinal Todorov esta certo quando prega que devemos ler primeiro a obra original para depois as opiniões a respeito do texto.


leituras - um resumo

Neste começo de nova década, percebi que a memória falha e não mais consigo lembrar os detalhes e às vezes o título dos livros lidos recentemente.
Peguei ao acaso, um livro com um péssimo título: "sobre falar merda" de Harry Grankfurt, isbn 85-98078-05-0.
Em Inglês o título é : On Bullshit.
Certamente o Bullshit ( bosta de búfalos literalmente) não é exatemente a nossa "merda"., melhor talvez seria, como falar tolices,. venderia bem menos.
Trata-se mais de um ensaio do que de um livro. No fundo é uma reflexão entre o dizer "mentiras" ou "tolices", na verdade uma análise de um tipo de retórica muito utilizado por advogados. Impedidos de dizer mentiras, dizem tolices com o objetivo de enganar porém obedecendo a verdade, melhor passar por tolo do que por mentiroso.
Não dei nota nem comentei na livraria cultura, acho que não vale a pena. É razoavelmente bem avaliado na Amazon (3/5). Não relerei e recomendaria somente para quem está interessado em observar como este tipo de retórica, falar tolices de modo extenso e repetitivo está presente nos meios de comunicação, tanto jornais como TV, onde as tolices florescem.